quinta-feira, dezembro 13, 2007

Electronic Renaissance

Belle And Sebastian

Play a game with your electronics
Take a step to the discotheque, and people
Go outside where there's someone watching cars go by
And the city tall with steeples

Hand in hand with the Electronic Renaissance Is the way to go, yeah
Hand in hand with the Electronic Renaissance is the way to go, boy
Hand in hand with the Electronic Renaissance is the way to go
You're learning, soon you will do the things you wanted
Since you were wearing glitter badges

If you dance for much very longer
You'll be known as the boy who's always dancing
If you work for much very longer
You'll be known as the boy who's always working

Monochrome in the 1990's
You go disco and I'll go my way
Monochrome in the 1990's
You go disco and I'll go my way
Monochrome in the 1990's
You go disco and I'll go Funkadelic, man
Is the way to go
So drop a pill and then say hello

sexta-feira, novembro 30, 2007

Entre pontes, plásticos e papéis

Mais uma vez estou aqui. Não sei quando isso acontece. Em um momento estou deitado e no outro estou andando sobre essas pontes. Embaixo corre um rio de água preta e fétida. Uma mistura de lama com centenas de garrafas, sacos plásticos, latas e coisas em decomposição. À frente vejo uma criança de uns três anos. Ela está com a boca suja e lambuzada, mas não é por causa de um doce e sim porque estava chorando. Sua mãe nem se importou em limpá-la. A mãe é nova, mas parece ter dez anos a mais. Usa apenas o suficiente para cobrir seus seios. Um cara sem camisa e com tatuagens que parecem ter sido feitas com caneta azul aparece. Ele dá um sorriso falso pra mim, como quem recebe para uma visita. “E aí meu chegado?”. A maioria dos dentes podre e o restante estragado. Está sempre com medo. Eu não deveria estar aqui. Aqui não é o lugar dos jovens engraçados que falam bobagens e das meninas sorridentes e de cabelos cheirosos. Se a maioria tivesse que vir aqui desistiria ali na entrada. Isso não é um filme e não é massa estar aqui.

Lembro do inicio aonde eu fazia questão de não esconder de ninguém. Era mais uma virtude do que um costume. Agora tento ser o mais discreto que posso. Já tive amigos que não se deram bem entrando no lugar que estou. “Tu tens sorte em nunca ter te acontecido nada porque comigo já aconteceram várias vezes” disse um amigo meu. Eu nunca passei por esse pânico. Imagino que se um dia acontecer as coisas podem mudar. O tolo é aquele que aprende com seus erros e o sábio é aquele que aprende com o erro dos outros. Ainda não me preocupo em deixar minhas coisas em um lugar seguro antes de vir. Nem ao menos tiro o meu chapéu e todo o meu dinheiro ainda continua no bolso. Que pessoa tola que sou. Existe um ciclo aonde quem tem coragem de vir pode ficar sem gastar dinheiro. “È para compensar os riscos”. As vezes sobra uma vaga para quem possui um local também. Abri mão disso e misturas improvisadas com material que corrói até automóveis já não fazem a minha cabeça há mais de um ano.

Eu não preciso mais deste lugar. Quero dar meia volta. Como é bom estar na aurora da juventude. Vejo jovens com menos de 20. Eles me parecem tão cheios de potencial e novas idéias. Só se passaram cinco anos para mim. Quando aparecia alguém novo era aquele processo de batizado e algumas técnicas eram repassadas. Lembro quando passei por isso. Foram muitos momentos de encanto. Parecia uma brincadeirinha. Lembro das meninas que hoje são da Old School. Elas pareciam tão felizes. Hoje existem calouros da época que estão mais atuantes que eu. É o que chamaríamos de empolgados. Uma espécie de vício psicológico. Em parte do dia estão com o pensamento enterrado na lama dessas pontes, embaixo de uma lata e cobertos com um saco plástico. Eu não.

sexta-feira, setembro 28, 2007

In Beteween Days

The Cure
Yesterday i got so old,
i felt like i could die,
yesterday i got so old,
it made me want to cry

Go on, go on,
just walk away
go on, go on,
your choice is made
go on, go on,
and disappear
go on, go on,
away from here

And i know i was wrong,
when i said it was true,
that it couldn't be me,
and be her in between,
without you,
without you

Yesterday i got so scared,
i shivered like a child,
yesterday away from you,
it froze me deep inside,

Come back, come back,
don't walk away,
come back, come back,
come back today,
come back, come back,
why can't you see
come back, come back,
come back to me,

And i know i was wrong,
when i said it was true,
that it couldn't be me,
and be her in between,
without you,
without you

Without you
without you
Without you
without you
Without you
without you...

quarta-feira, setembro 12, 2007

Vaidade, tudo é vaidade.

Estava descendo a ladeira de uma praça quando vi, sentado perto de um lago, um amigo que há tempos não o via. Ele é um cara muito próximo, mas de vez em quando some e reaparece do nada. Pra falar a verdade a maioria das pessoas que o conhecem acham ele estranho, mórbido e isolado. O nome dele é Elias.

Eu me aproximei e o cumprimentei. Ele me olhou meio que com um susto. Estava com os olhos caídos. Eu já estava acostumado a ver os olhos dele assim. Um dos motivos da galera o achar esquisito é o fato dele aparecer e reaparecer com um humor diferente do outro em várias situações e em momentos diferentes. Um dia, explosivo e comunicativo, e noutro disperso, chato e arrogante. Dizem que as pessoas inteligentes têm problemas de relacionamento. Se for assim acho que Elias é um gênio. Isso porque já desisti da idéia de que ele seja burro demais para tomar algumas decisões. Mas talvez esse mérito não o agrade.

Nesse dia parecia disposto a conversar e me contar tudo. Não estava sorridente, mas também não estava chateado. Ninguém gostava de puxar assunto com ele pra não incomodar, mas sempre que ele resolvia falar encontrava alguém para o escutar. Nesse dia Elias me encontrou e eu estava disposto a ouvi-lo.

Ele me contou que não se conformava em dar atenção para algo que não merecia. Disse que achava injusto o fato dele querer deixar pra lá e não conseguir. E que, definitivamente, achava injusto o fato dele fazer algo contra a sua vontade.

Eu também estranhei. Elias sempre foi um cara que não parava em lugar nenhum. Nunca foi de ficar indo atrás das pessoas. Eu diria que um dos sete pecados capitais que Elias possuía era o da vaidade.

Ele dizia que fizera papel de palhaço, mas não queria me contar muitos detalhes. Eu sentia que a vontade de fazer com que os outros o entendessem era grande, mas mesmo assim as pessoas não acreditariam. Ele já havia tentado antes e o resultado fora um desastre. Eu mesmo fiquei sabendo da onda. Antes disso ele havia feito outras coisas meio sinistras. Um papo que rolou nas festas do derradeiro final de ano e tal. Só que esse é um dos assuntos que Elias realmente não gosta de conversar a respeito. Alguns dizem até que ele tem problemas com bebidas. O pior de tudo é que ele sabe de tudo isso, motivo pelo qual as pessoas acharem que ele é muito intransigente, mas acho que ele se esforça pra ser uma pessoa melhor.

Então eu falei pra ele não se sentir assim, porque eu mesmo já presenciei algumas histórias massas feitas com a participação dele. Foram coisas que qualquer jovem da idade dele gostaria de fazer. Mas ele não dava muita bola pra isso. Parecia que a falta que o problema dele poderia proporcionar era muito grande. Então eu tentei o animar, falando que ele não deveria ficar pelos cantos e sim ir à luta. Eu sabia pra quem estava falando aquilo. Elias era um rapaz muito determinado e cheio de energia. Sempre dava um jeito de deixar todo o mundo pra cima. Só que mesmo eu falando isso ele não queria escutar. Como sempre ele parecia ter uma resposta para tudo. Eu sei que ele estava esperando que eu falasse algo que ninguém falara pra ele antes daquele momento, mas eu não consegui. Ele dizia que já havia passado dos limites da obsessão. Que se expôs demais e não cabia insistir. Que nesse processo houve amigos que choraram e gritaram juntos, mas outros riram e até mentiram. Então eu fui meio que desistindo de tentar o animar e passei a entender a história dele. Elias não perde a mania de tentar teleguiar os outros. Em certos momentos pensei que fosse proposital, mas vejo hoje que isso flui naturalmente, sem perceber ele já está falando demais, só que ele brinca demais com a mente de alguns tipos de pessoas, e isso pode ser perigoso. Ainda bem que durante a conversa percebi que, mesmo nesse estágio, ele tentava nos passar coisas positivas. Elias nunca foi uma ameaça pra mim. Possui um lugar específico pra aprender coisas a respeito de ondas positivas. Cada contato com ele é uma viagem, as vezes frenética.

Ele mesmo admite que o que sente é um castigo, tendo em vista que o pecado da vaidade o havia atraído a outro pecado, a ira. Ele disse que no dia da despedida ele viu que ela estava olhando pra ele esperando que ele correspondesse, mas a vaidade dele não permitiu. Ele achava que já era tarde demais e era melhor tratá-la como a culpada. Ele sabia que todo o mal entendido poderia ser desfeito se não fossem os jogos sujos da teleguiação. De alguma certa forma ele ainda a culpa por tudo, o pior é que ele nem sabe se ela realmente tem algo a ver com isso. Mas ainda hoje ele se envergonha de admitir que sente um nó na garganta ao lembrar de tudo o que aconteceu, não de ira, mas de tristeza. Ele só quer uma maneira de ignorar tudo isso. Portanto, ele me convenceu de que o que está passando é um castigo por causa de sua vaidade, onde a vida permitiu um sentimento mais convincente que o próprio Elias. Para o guiar para o nobre caminho da humildade e aprenda, verdadeiramente, o que é esquecer de gostar de alguém.


quarta-feira, setembro 05, 2007

Reena

Sonic youth
You keep me comin home again
You keep me comin home again
When you were gone,
I met a friend
She taught me how to
Live in the end

Are her eyes
Brown or blue?
How does she keep her
Static cool
My heart and soul
Are rocked up in her eyes
A little blink
I recognize
A little blink, yea, that's my prize
A white horse
Sittin right there by her side

Hard to ignore
Hard to disguise
She'll never ever
Realize...

You keep me comin home again
You keep me comin home again
When you were gone
I was out of my mind
I had a friend who laughed all the time
I had a friend who cried all the time
I had a friend who screamed all the time
I had a friend who lied all the time

quarta-feira, agosto 15, 2007

Duas filas



Mesmo sendo um pouco distraído ainda encontramos um jeito de visualizar duas filas à frente. Uma é de pessoas muito massa, que de vez em quando encontramos por aí pra falar sobre teorias criacionistas jogando um xadrez ou até mesmo batendo boca por alguma coisa. A outra é de pessoas que por algum motivo se deixaram corromper pela inveja e violência. Acho que são dois estilos de rock ´n roll. Um é daqueles com letras bem trabalhadas e uns arranjos muito firmes e a outra é um punk sem atitude, antiquado e sem graça.

É tipo assim, a gente que ta no movimento sabe que dentro de um processo amplo existem músicas e ouvintes legais ou, digamos, incompatíveis, já que dentro de uma formulação o que prevalece é a argumentação, a livre troca de idéias e a apresentação de resultados.

Uma vez, quando eu ainda era aluno assíduo no meu Curso de Bacharelado e Licenciatura Plena em História, na Universidade Federal do Amapá, me interessei e comprei o livro “Sobre História” do professor Erick Hobsbown, que é considerado o maior historiador vivo. Logo na parte introdutória de um dos artigos (o livro é uma coletânea de artigos) ele fala de toda a sua experiência. Ele toca no assunto de que, mesmo em uma sala de aula, nós sempre encontramos aqueles alunos que são brilhantes, e por isso é dele que gostamos de estar perto, mas o professor Hobsbown continua a história e fala que, na verdade, esse aluno brilhante é o que menos precisa da gente. Quem precisa mais do professor são aqueles alunos que tem dificuldades de aprender e é pra eles que os educadores devem se dedicar para que realmente haja crescimento social.

Esse texto do professor Hobsbown (não precisa dizer que ele é um cara massa rs) me serve de baliza até hoje. Sempre procuro pensar que as pessoas que parecem ter pouco potencial só precisam de uma chance pra agarrar a oportunidade com unhas e dentes e fazer muito mais do que, digamos, os capacitados. Processo de discussão e de construção é assim mesmo. Pode existir um milhão de pessoas aplaudindo, mas sempre vai ter aqueles coleguinhas que vão ficar secando a parada. Isso é muito normal (não posso falar que é saudável). Estou quase chegando à conclusão de que maluco antigo é o tipo de aluno mais reacionário que existe.

Ainda bem que temos uma história. Na hora de mobilizar a galera a gente ia lá e arrebentava. Não importava se fosse aqui ou no Rio Grande do Sul, na rua ou num auditório, com dois ou mais de dez mil estudantes de todo o país. A gente chegava lá e mandava ver. Era um processo muito rico, e isso nos deu muita educação, mas mesmo fazendo tudo isso ainda não era o bastante e sempre rolava um sentimento de falta de reconhecimento, só que isso passava (e passa) bem depressa. Acho que as pessoas politizadas entendem esse processo como parte fundamental para o diálogo e visualiza até o surgimento de uma outra organização como positiva. Sinto pelas pessoas que nunca passaram por uma academia e um movimento de verdade para entender o que significa a troca de idéias e a construção coletiva.

Ainda bem que continuo visualizando duas filas, e na outra estão pessoas que passam muita força. Só de olhar nos olhos de algumas eu entendo tudo e isso nos motiva a continuar encarando preconceitos e quebrando antigos conceitos, tendo em vista que o anzol sempre volta e a verdade sempre aparece. A gente vai continuar avançando e se superando. Quem quiser é só chegar porque aqui estamos muito ocupados pra ficar mantendo rancores e porcarias sentimentais. E é bom se decidir logo se você vai entrar na fila pra me dar um soco ou na outra pra ser meu fã.

sábado, agosto 11, 2007

Blood talkin'

Vanguart

Never sang words so sad
I never carried the world in my head
But the words i used to say
Don't fit anymore on our way
Not even that blood talkin'
You'll find me gone soon
Maybe till the next noon
And your life will be so calm
Without sad pictures on your home
Nothing but happiness
No more mornings filled with smiles
No more sensitive sighs
Cause the way you treated me today
Showed me i'll never see you again
I'm wearing so well this pain.

segunda-feira, julho 30, 2007

Silêncio

Ela chegou lá em casa. Falei pra ela não dormir na rua, mas ela estava tão animada. Acho que a rotina dela passou a ser assim: primeiro ela se decepciona, depois vai passar um tempo com a família, conviver com a mãe, os avós e com todos que estão próximos. Seus amigos de infância. Ela é apenas uma criança. Não chegou aos dezoito anos. Dá pra ver que ela não entende muita coisa da vida e sobre as pessoas. Acho que sua diversão não é muito boa, mas não sei por que ela parece gostar do que faz. Já eram quatro da manhã quando ela bateu na porta. Deixei que entrasse. Ela estava decepcionada novamente. Não falei nada. Ela também não disse nenhuma palavra. Apenas enterrou o rosto no colchão e continuou chorando baixinho pra não atrapalhar meu sono.

segunda-feira, julho 23, 2007

I could be dreaming

Belle & Sebastian
I could be sleeping
I could be dreaming
I could have ordinary people chasing me from town to town
Mission Impossible
They've got a spy for every blink of your eye

I'm feeling hunted
I'm feeling haunted
They've got a knife for every time you take the same train into work
A family's like a loaded gun
You point it in the wrong direction someone's going to get killed

If you had such a dream
Would you get up and do the things you've been dreaming

Is he your husband?
Or just your boyfriend?
Is he the moron who's been beating you and keeping you inside?
I've never done this kind of thing But if I kill him now, who's going to miss him?

I went up to the schoolI took a walk up Castlehill
For every step there is a local boy who wants to be a hero
Do you want to do it now?
Outside the butchers with a knife and a bike chain

quarta-feira, julho 18, 2007

Was that a dream?

Fui a casa dela esta manhã. Estava com uma blusa longa e uma calça toda suja de tinta. Ela a usa para trabalhar. Esperava que fosse abrir a porta sorrindo como sempre, mas dessa vez foi deferente. Estava chorando. Não sabia o que dizer ou o que fazer. Ela tinha uma dor. Pediu pra que eu a tirasse. Parecia o fim de algo que havia começado há tempos. Dezenas de conflitos e memórias. Não sei de onde elas vinham. Ela parece ter uma vida normal: mãe, pai, irmão, cachorro... Havia esquecido que a solidão independe do fato de se estar cercado por pessoas. Ela me prova mais uma vez que não. Faz tanto tempo que eu nem sei mais como é não estar sozinho. Só sei que ela estava chorando. Não conseguia andar direito. Tentei ajudar como pude. Falei algumas coisas engraçadas. Não deu muito certo. Ela não queria esquecer. Fiquei próximo. Fiquei triste também. Senti-me bem ao lado dela. Fez-me lembrar de um sonho. Era o rosto dela que estava lá. Derrepente ela me manda embora. Disse que iria resolver tudo. Tinha que ser naquela hora. Acho que ela desistiu da idéia. Dei tchau. Tudo não passou de um sonho.

sexta-feira, junho 22, 2007

Malevolosidade

Superguidis
Fale tudo que quiser de mim
Faça de conta que eu sou uma imensa pá de lixo verbal
Um objeto onde você possa despejar
Toda a malevolosidade
Não sei se existe essa palavra
Já procurei no dicionário
Pra tu ver que eu

Não sou um cara ruim
Não sou um cara ruim
Eu sei que não sou um cara ruim
Não sou um cara ruim

segunda-feira, junho 11, 2007

Será que podemos?

Hei galera, vamos lá. Esta é a nossa oportunidade. Vamos jogar tudo pra cima, arrumar um modo de mandar todo mundo tomar no cú sem brigar com ninguém. A gente cria polêmica no início e surgirão os anti-nós, mas depois poderemos olhar para o que fizemos e dizer “era isso o que eu estive fazendo na minha juventude”. Cara, temos tudo em nossas mãos, nós podemos. Quem mais fará no nosso lugar? Aproveitem os conselhos de suas mães, mas cheguem pra elas e digam “daqui pra frente eu vou fazer essa parada, sei que a senhora vai arrancar alguns cabelos da cabeça, mas logo a senhora vai começar a me entender”. Daí a gente vai para aquele lugar pra tirar tudo da cabeça e do papel e socializar com um monte de gente. Seremos mais do que parceiros, também seremos amigos, porque, apesar de sermos exatamente iguais, somos completamente diferente dos outros. Até mesmo a sala de aula com toda aquela discussão sobre “história de alguma coisa” ou “teoria não sei de quê” acabam nos deixando mais enrolados do que já estamos. Será que todos nós fomos feitos pra se adaptar a alguma coisa? Aqueles meninos e meninas-robôs da sua sala que parecem estudar todos os dias e não aprendem nada. Não sabem relacionar a discussão com a realidade. Puta que pariu! Onde estão as novas idéias que se renovam dentro de uma nova geração? Há muito tempo pela frente, só que o momento não pode esperar é muita coisa pra ser feita e as mudanças ocorrem em uma velocidade estonteante.

Se esperarmos mais mataremos a nossa juventude de tédio. Eu não quero isso e sei que ninguém aqui quer. Cara, com tanta coisa pra pensar então por que nós não escolhemos pensar em “o que faremos para nos sustentar?” Se você não tiver uma pensão no Inss vai ter que trabalhar, e, se for o caminho convencional, vocês vão pegar os seus diplominhas universitários ou de uma faculdade perereca, seus pais vão se emocionar e tal, mas e depois? Aonde vamos trampar? Vamos procurar uma empresa que nos force a escrever um texto com Ctrl+C e depois Ctrl+V? Pra tirar fotos para um jornal chato e de direita? Ficaremos olhando um monte de gente ganhando rios de dinheiro com cultura-lixo?É mais fácil assim, né? Digo... Entrar em uma relação onde já existe uma sala pronta, um Club legal, a sujeira do lugar é bem camuflada, o plano de cargos está inteiramente atrelado à política. Ainda por cima existem todos aqueles conselhos de suas mães no sentido de “não importa o trabalho, se te pagarem bem você logo vai gostar dele, então relaxe e goze”. O problema é que rapidamente se torna excessivamente chato. Vocês logo serão humilhados porque seus chefes não aceitarão o fato de vocês serem mais inteligentes que eles e vocês ficarão putos por terem chefes tão burros. Terão que aceitar o fato de serem inferiores, pois, afinal, eles estarão te pagando. Nem seus professores universitários admitem perder uma discussão pra vocês. Daí os seus sacrifícios se tornarão em decepção, porque perceberão que fizeram papel de otários e, por problemas de egos, não foram valorizados. Um dolorido pé-na-bunda é o que restará. O caminho da acomodação é o que todas as cabeças, duras ou não, procuram, mas o problema é que este também é o caminho de aceitar todas as cagadas escrotas que existem hoje no mundo como o papo de “monopólio de conhecimento”, “identidade cultural”, “liberdade de expressão” e um monte de iniciativas importantes que poderiam proporcionar demandas de emprego para muitos coleguinhas de nossa cidade e de todo o país que se formam e não encontram vaga na sua área de conhecimento. Vocês morreriam duas vezes antes de ficarem se vendendo até o final da vida, além disso, vocês olhariam para trás e diriam “puta-que-pariu, tarde demais, aquela história já foi escrita”.

É sim, a gente faz uma coleta na hora do almoço, daí escolhe duas pessoas pra cuidar da louça e mais duas pra cuidar da “casa”. E quando alguém estiver com preguiça pague outro alguém com aquele crédito pra realizar suas tarefas. A gente não vai morrer se lavar algumas roupas ou até mesmo se não tiver grana pra comprar um sapato a cada mês. É verdade que poderemos chorar algumas vezes. Foda-se. Nós não iremos nos arrepender da maior parte. Estaremos ali fazendo algo que ninguém teve o queixo de fazer, trabalhando mentes e corações para a mudança de conceitos. Seremos os nossos chefes. Eu sei que é muito escroto quando a gente discorda de algo, ainda existem muitos pontos que ainda estão se acertando e outros que parecem nunca ter mudado, mas quando a gente resolve fazer alguma coisa juntos geramos uma força tão grande que fico empolgado só de pensar nela. O restante continuará em suas casas esperando que alguém faça alguma coisa, pensando no horário onde poderão sair e encontrar um lugar pra se livrarem de seus impulsos químicos, se curarem de seus excessos de melancolia, falta de criatividade e atitude. Nós teremos muitas coisas pra fazer todos os dias e seremos pagos pra viajar por eles. Enquanto todos estiverem pirando, nós, além disso, estaremos nos alimentando de tudo.

segunda-feira, maio 28, 2007

Yes, I know

Sei de muita coisa que se passa pela madrugada, quando ninguém está olhando. Você acordando suada sem lembrar muito bem o que pesou em sua cabeça. Você só lembra que estava caindo em um buraco e não conseguia encontrar as bordas pra aranhar, até arriscaria suas mão em troca de sua própria vida, mas o lugar era ausência de tudo, inclusive de matéria. Então você acorda suspirando, estica seus braços e segura as bordas de sua cama. Eu sei porque isso acontece. Eu vejo em seus olhos. Eu sei qual é este abismo, é parecido com o que está entre a gente. Algumas palavras ainda estão soando dentro da sua cabeça e o seu orgulho não lhe permite dar atenção a elas. Você prefere afirmar que foi tudo obra do acaso e que aquelas palavras eram apenas de uma visão distorcida das coisas. Você sabe em que contexto elas foram ditas, mas de alguma forma você procura acreditar que não. Talvez você carregue isso pro resto da vida. O mais provável é que isso aconteça. Teve uma vez que você me perguntou se você estava pensando errado, daí eu respondi que a única pessoa que poderia responder isso era você mesma. Eu sabia a resposta, mas não podia te tirar o direito de encontrá-la sozinha. Eu estava disposto a ir contigo até o fim.

Você se acalma. Ainda dentro de seu quarto você escuta barulhos do outro lado da parede que te assustam. O suor que estava por todo o seu corpo, principalmente no pescoço e entre os seios, está esfriando agora. Pelos passos lá fora você reconhece que é uma pessoa querida que levantou pra beber água e veio ver como você estava. Então você sorri e percebe que seus lábios estão mais ressecados que o normal, você passa a sua língua neles para que retornem ao aspecto de doce caramelado. Então você bebe um copo d’água e volta a relaxar. Ainda está meio amedrontada com a escuridão. Reconhece que não está sozinha e ainda existem pessoas que podem te proteger e que estarão contigo mesmo em um buraco muito escuro. Possuem uma ligação muito forte com você. Algumas sabem o caminho e outras não, pois são mais indefesas que você. Mas você nunca precisou tanto delas assim, mas agora você está amedrontada. Já aliviou um pouco, mas ainda é desagradável lembrar dos flashs onde havia coisas te empurrando para aquele buraco. Elas sabiam o seu nome. Passaram um longo período te observando. Estavam esperando a hora certa pra te empurrar.

Eu sei disso. Eu vejo tudo isso. Você errou quando falou que eu estava ficando louco. Não é fácil ver estas coisas e ficar apenas observando. Estaria mais presente se as coisas fossem diferentes, mas acho que insisti mais do que deveria e agora estou cansado. Como você acha que me sinto? Não pense que é fácil ter isso interrompendo o meu sono. Eu não pedi pra que as coisas ficassem como estão. Sei que o que você queria era ficar dançando por aí. Já ouvi algumas pessoas falando que alguns tipos de sentimentos podem se tornar uma prisão pior do que as que possuem grades. Quem criou esta ligação que tenho contigo esqueceu de cortá-la. Eu não sei o que você está pensando agora, só espero que saiba o quanto ainda sinto. Algumas coisas significam tanto que não podemos esconder. Eu quero dar uma volta por aí e escutar músicas legais, ver pessoas inquietas produzindo. Quero sentir a vida delas pulsando. Depois quero voltar pra casa e saber que está tudo bem contigo. Eu quero dormir sabendo que existe um motivo melhor do que os que você me deu para ter escolhido este caminho.

quarta-feira, maio 16, 2007

Mais um vexame praminha coleção

Ludovic
Outra das minhas recaídas
Exemplifica idiotia
Exemplifica com tanta perfeição
Os pés pelas mãos

E então eu insisto no bordão
Obrigado pela atenção
Meu segredo, minha única diversão
Me perdoe sem que eu tenha que pedir perdão.

sábado, maio 05, 2007

Sorte

Dessa vez a sorte mostrou que têm sorte, e acho que daqui pra frente ela só vai continuar fazendo jus ao nome. Ela chegou muito pequena, de aparência assustada e tinha acabado de sair da dependência de quem antes cuidava dela. Daí eu cuidei bem da sorte, alimentei a sorte e ela foi ficando cada vez mais bonita. É que a sorte melhora quando cuidamos dela. Em pouco tempo ela começou a brincar comigo e a tomar conta de todo o ambiente, cresceu e está tomando um jeito mais maduro. A sorte não trata mal as pessoas que querem fazer o bem. Ela apenas interage e diverte, afinal de contas todos gostam de brincar um pouco com a sorte. Teve um dia que ela me deu um susto. Ela sumiu, cheguei em casa e ela não estava. Como eu pude perder a sorte? Quem seria capaz de tirar a sorte de mim? Acho que ela estava meio cansada e resolveu ir embora, talvez por achar que eu não servia ou talvez ela tenha achado melhor dar ouvidos a outras coisas. Ela acabou preferindo o caminho mais fácil... O convencional. Fui até a rua à sua procura e encontrei outra parecida... Mas não era ela. Não era a minha sorte. Ela não veio até mim quando a chamei. Eu estava enganado. Não adianta falar algo para a sorte se ela não quer ouvir.

No outro dia pensei que havia acontecido um acidente com ela. Tudo não passou de alarme falso, pois no inicio da noite ela apareceu do nada. Eu havia deixado a porta aberta, caso ela ainda estivesse viva e quisesse voltar. Eu nunca fecharia a porta pra ela. Agora fico mais preocupado com medo dela ir embora ou de alguém fazer mal, mas acho que agora ela aprendeu a lição. Ela vai tomar mais cuidado na próxima vez que resolver não dar ouvidos a quem gosta dela de verdade, se bem que eu acho que agora ela só possui oito vidas.

terça-feira, abril 24, 2007

Saudações José

Sei que deve estar estranhando o fato de eu conversar contigo. Eu sei que nunca fomos tão próximos, apesar de eu te conhecer e sempre te encontrar em várias situações. É verdade que talvez tenhamos algumas coisas em comum. Na verdade acho que todo mundo tem alguma coisa em comum com todos. A questão de compatibilidade ou não pode ser medida mais ou menos dependendo da nossa disponibilidade de enxergar tais proximidades, é por aí. O fato é que nunca me esforcei pra ficar muito próximo de ti por motivos que não sei explicar e nem me interessam muito pensar neles. Acho que fostes muito acostumado em esperar que as pessoas se aproximassem de ti, assim como eu.
Meu caro José, há pouco fiquei sabendo da angústia que estás passando. É uma pena saber que as coisas mudaram, que agora o seu dinheiro pouco vale e que a vida agora ficou monótona demais. Quem diria, hein José? Engraçado ver os seus amigos rindo e se divertindo como antes, não de você, mas da mesma vida de antes. Não por culpa deles, é que não adianta ficar chorando. A diferença é que o seu sorriso não está mais entre o deles. Eles não podem fazer muitas coisas pra mudar a sua situação e talvez nem se importem ou não sintam o que estás sentindo, mas eu me importo. Isso se chama empatia. Deve ser muito doloroso saber que depois de tudo o que aconteceu você levou a culpa. Não sei responder se és culpado ou não. Que no meio onde tudo parecia diversão as coisas agora parecem tão tristes. Será que você está com medo José? Passou pela sua cabeça que as coisas seriam tão duras? Acho que tu dormistes naquele estado de sempre esperando acordar na hora do almoço como de costume, mas parece que aquela sua manhã foi um pouco diferente, não? Eu sabia que as coisas estavam indo longe demais, por isso eu sentia aquela áurea negativa e pesada em você. Foi muito duro pra mim ser julgado e mal interpretado. Na verdade eu me senti traído. Aquelas coisas que falei de ti não foram por maldade, agora você pode visualizar que eu tinha motivos para te-lo feito, não? Não cabe a mim jogar nada na cara de ninguém, mas as pessoas, por si só, reconhecerão, mas se isso não acontecer será novamente problema delas. Não preciso de pessoas falsas batendo nas minhas costas depois que a casa cai.
E agora José? Onde está o seu cavalo verde? Será que você está dormindo direito? Sente falta da bebida? Não cabe a mim te julgar por nada, só sinto muito que a brincadeira tenha se tornado algo tão... embaçado. Eu só espero que você não morra de tédio e que tudo fique diferente quando voltares a ver a luz do sol.

domingo, abril 22, 2007

Antigo e batido, mas vale a pena lembrar

Meninos e meninas
Quero me encontrar, mas não sei onde estou
Vem comigo procurar algum lugar mais calmo
Longe dessa confusão e dessa gente que não se respeita
Tenho quase certeza que eu não sou daqui

(...)

Vai ver que é assim mesmo e vai ser assim pra sempre
Vai ficando complicado e ao mesmo tempo diferente
Estou cansado de bater e ninguém abrir
Você me deixou sentindo tanto frio
Não sei mais o que dizer
Te fiz comida, velei teu sono
Fui teu amigo, te levei comigo
E me diz: pra mim o que é que ficou?
Me deixa ver como viver é bom
Não é a vida como está, e sim as coisas como são
Você não quis tentar me ajudar
Então, a culpa é de quem? A culpa é de quem?
Eu canto em português errado
Acho que o imperfeito não participa do passado
Troco as pessoas
Troco os pronomes
Preciso de oxigênio, preciso ter amigos
Preciso ter dinheiro, preciso de carinho
Acho que te amava, agora acho que te odeio
São tudo pequenas coisas e tudo deve passar

(...)

terça-feira, abril 10, 2007

Novo prazer

Mombojó

Eu não vou mais dormir,
Eu não vou mais dormir.
À noite passada, inventei novo prazer
E quando estava a experimentar

Foi a primeira vez,
Primeira vez,
Que eu pude tolerar.
Foi a primeira vez,
Primeira vez,
Que eu pude tolerar.
Já que eu não engulo pílulas,
Vou tomar vitamina c.
Já que eu não engulo pílulas,
Vou tomar vitamina c.

Shalalalala

sábado, março 24, 2007

I would say I'm Sorry

É, depois de um dia único como todos os dias chegou a hora em que a cabeça se volta para procurar a próxima coisa a fazer. Através da porta do espírito ela contempla uma rua molhada pelas volumosas águas de março e um mormaço tropical que não permite que o frio tome conta da cidade. Agora eu não sei muito bem aonde ir. Será que eu vou pra casa? Talvez eu ligue a Tv e consiga me distrair com alguma coisa legal na programação, já deu certo algumas vezes. Pode ser melhor ficar escutando música, talvez se eu ficasse repetindo aquelas faixas que só falam “que tudo vai dar certo e ficar bem” o turbilhão escoe em forma de lágrimas e desabafos. Mas será que ficar tanto tempo em casa vai ser bom? Não seria me isolar demais? É nestas horas que não dá pra ter certeza sobre a coisa certa a fazer. Por mim eu procuraria agora uma pessoa pra jogar conversa fora, mas não me vem a cabeça uma figura legal que esteja disponível pra isso. É duro admitir que não se deve atirar pérolas aos porcos, pois eles se revoltarão e se virarão contra você. Talvez a culpa seja minha. Eu já tentei fazer isso e não consegui. Deus, livre-me da arrogância! Às vezes me culpo por não sentir culpa. Será que o meu cérebro não produz a substancia responsável por nos fazer sentir culpa? Se for assim, acho que realmente me falta uma função cerebral, mas dizem que quando uma pessoa se pergunta se esta ficando louca é porque ela não está louca, pois um louco nem desconfia verdadeiramente que é louco. Já falei sobre isso em um post meio antigo (Por falar em post antigo lembro que já completei três anos nessa baboseira de contar histórias, será que alguém se importou em ler alguma dessas? Hoje têm até escolinha promissora com direito a café com torradinhas, mas isso é uma outra história rs :*). O fato é que agora não consigo encontrar em minha consciência algo real que me faça dizer “eu fiz errado”. Até porque tudo não parece passar de boatos, os que parecem reais são baseados em propagações irreais, algo parecido com fofoca. Ainda bem que os verdadeiros amigos não se deixam levar pelas mesmas rs. Não acredito que deixei essa mania de perseguição voltar. Mas não há espaço pra se reportar a estas lembranças. Eu só quero alguma coisa boa pra preencher a minha cabeça. Hoje é sábado, mas não vai ter viagem astral porque só quem tem esposa ou mora com uma mulher pode ir. Agora tenho que ficar por aqui neste pequeno espaço limitado. Sei que é manjado dizer, mas aquele papo de encontrar um lugar legal pra ir caberia bem agora, só que é complicado neste plano e espaço geográfico. Acho que vou me distrair com estes jogos onde você precisa apertar vários botões e realizar movimentos complexos, assim o tempo passa mais rápido até o sono chegar. Isso está acontecendo por causa de um pagamento que não sei quanto vai me custar, só sei que estou pagando por acreditar que a recompensa vale a pena, senão não estaria aqui. Sempre procurei estar em um lugar onde fosse possível extrair o maximo. Um lugar onde nada se repita e tudo seja novidade, não importe quantas vezes vá. Às vezes acho que deveria parar pra escutar as coisas que julgo superficial, como modo de vestir e normas de etiqueta. Assim todos me achariam prestativo e humilde. Que pena que eu descobri que é praticamente errado tentar ser sempre agradável. Espero que essa rebeldia tenha se esgotado. Descobri que existem dois tipos de caras nervosos, um deles é o que fica gritando todos os dias com todos e o outro é aquele que nunca se irrita. O problema é que o que se estressa todos os dias esbanja só naquele nível e não se reprime, enquanto o cara que nunca se irrita um dia explode e acaba sacando uma arma e atirando em todo o mundo. Não quero ser nenhum dos dois por isso acho que devo encontrar um equilíbrio e o equilíbrio está no meio. O cansaço é evidente e a decepção com algumas pessoas também. Não existe ódio dentro de mim, só melancolia e uma certa ansiedade. Talvez devesse ser menos ansioso com o que vai me acontecer, o problema é que o "agora" esta ficando muito parecido com outros “agoras”. Dizem que o meu problema é que estou vendo algo a mais e acho que ela tem razão. Acredito plenamente que se todos tivessem a oportunidade de ver o que eu vi pensariam o mesmo. Por isso, ao andar pela rua com a minha velha mochila procurando não olhar para o chão o tempo todo me vejo entre pessoas que jogam o lixo na frente de suas casas, carros que passam jogando lama e jovens da minha idade jogando futebol e armando uma pequena confusão, que por uns cinco minutos atraem a minha atenção. Como eu sinto por não conseguir me divertir correndo em um campo de areia encharcada pela chuva atrás de uma bola. Seria tão mais simples e fácil. Alguns deles nunca ficaram bêbados ou colocaram um cigarro na boca. São os orgulhos de seus pais. Os cidadãos promissores de nossa sociedade. Os que obedecem a todas as regras e cumprem todos os horários, por isso herdarão o sistema. Pura monotonia. Será que desta forma conseguiria pensar melhor no que eu quero pra mim? Apesar de tudo me sinto orgulhoso por me sentir corajoso, acho que não poderia mais continuar como estava. Sinto agora que há sangue correndo pelas minhas veias e ele não é frio e sim bastante quente. É ridículo ser amiguinho de toddos. Aquela figura mórbida está saindo de cena. Sejam bem vindos ao mundo real, sem estímulos cerebrais extraídos de porcarias que nos deixa bobões ao invés de espertos e criativos. Aquela situação estava me deixando cada vez mais doente, só um tolo não perceberia isso. Por isso me dirijo até a casa de uma das poucas pessoas que me restaram nesse bolo todo. Ela me ajudou com bons conselhos e me apoio, mesmo parecendo complicado. Estaria mais inconstante agora se não fosse por ela. Sinto-me agradecido por existirem pessoas assim no meu caminho, por isso lhe dei um cordão de lembrança. Mesmo sabendo que de um cordão e uma medalha são responsáveis por boa parte de tudo isso. Ainda bem que sei que se olharmos ao nosso redor perceberemos que nunca estamos sozinhos, por mais que tentemos pensar no contrário. Só tenho a agradecer por esta compreensão e pelo tesouro contido no baú das respostas verdadeiras. Sinto muito por tudo, mas este é o caminho que escolhi.

sexta-feira, março 16, 2007

Biba Graeff

Semana passada eu encontrei com uma amiga antiga, Biba Graeff. Ela hoje mora na Inglaterra e é uma pessoa com a qual me dava muito bem. Passeávamos algumas vezes e até dizíamos que nos amávamos. Os tempos mudaram, neste encontro deu pra perceber o quanto. Olhando para ela lembrava alguns motivos que a levaram a ir para a Inglaterra e ficar distante de mim. Algumas situações estranhas e que talvez nunca se encontre respostas. Ela também parece meio estranha, afinal de contas as situações que passamos juntos e que a levaram a ir para a Inglaterra não foram muito boas, admito.

De fato ela está mais madura, existem tantas coisas que eu queria falar pra ela, mas eu não posso ou ao menos acho que não. Na verdade eu poderia dar uma explicação mais consistente sobre tudo o que aconteceu, mas o resultado não seria muito bom, pelo menos na época em que aconteceu, tendo em vista o envolvimento e a preocupação em não prejudicar outras pessoas e ela mesma. Fico imaginado que agora que a poeira está mais branda eu poderia dizer pra ela a verdade por mais que todo o tempo que passou não tenha mais volta. O que algumas opiniões e situações levaram um bonito sentimento a se transformar em um amontoado de notícias não muito boas desagradáveis?

Fico pensando nas coisas que deveria dizer. Ela é tão bonita. Lembro que em um de seus dias quando ela não estava pisando no chão ela falou que gostava de mim mais do que todos os outros meninos. Só eu sei o quanto estou pagando por abrir mão de mim mesmo em nome de algumas pessoas. Será que está valendo a pena? O que tenho aprendido é que as vezes você pensa que está fazendo o bem, mas não está e que só quem recebe o bem é beneficiado, daí a frase fazer o bem sem olhar a quem. Talvez a verdade seja a saída tendo em vista que agora tudo mudou, parece não haver mais confiança um no outro. Apenas uma conversa íntima com uma série de restrições, confesso que fico com medo de entrar em certos assuntos. Na verdade não sei bem o que dizer. Será que devo confiar? Ela sabe que não precisa ter medo de mim. Ela é tão bonita, tinha até esquecido o quanto Biba é bonita, inteligente e divertida. Ela me faz muito bem, só que agora fico com receio de rir com ela. Isso realmente é muito triste. Receio de ir longe demais novamente, me machucar e machucar a ela, por isso é complicado pensar em tudo o que aconteceu. Sei que ela poderia me ajudar mais do que de fato está. Assim eu tiraria este peso das costas e voltaríamos com um contato muito mais fortalecido e pé no chão. O problema é que não sei se devo pedir isso a ela e ela talvez não ache que poderá vir da Inglaterra pra passar uns tempos perto de mim novamente.

Não sei se ela ainda tem guardado as coisas que escrevi pra ela em manuscritos, papel impresso e e-mail, mas sei perfeitamente que ela se lembra de tudo isso. De fato ela não é mais uma criança. Acho que não combina mais ser o protetor dela, já que ela parece cuidar muito melhor de si do que eu de mim. Sem dúvida a Biba se tornou uma mulher muito interessante. Constatando isso penso no quanto a minha forma de tratar as pessoas e principalmente as mulheres estava equivocada. Ainda bem que hoje eu tenho a oportunidade de levantar a cabeça e dar a volta por cima de uma forma que só eu poderia fazer por mim mesmo e espero que na próxima vez que ela vier da Inglaterra possamos começar algo novo, desde o início, como quem acaba de se conhecer, assim como as folhas de uma árvore se renovam à cada estação. Eu poderia deixá-la quieta na Inglaterra conhecendo todos os seu amigos ingleses. Seria fácil se ela não fosse Biba Graeff, uma pessoa pela qual ainda tenho um profundo sentimento.

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Foreign Complaint

Vanguart
I got something to write before this letter slips in
I got no one by my side and finally now, i feel fine
As the leaves are falling, as the sun is going down.
My eyes are in the wind, but every summer they melt down

Here no one knows my name, they never see me around
I pretend i'm from spain and i don't even go out
I never thought it would be so hard to live in other town
And i always remind of you when sleep gets me down

Every dusk i watch, well, it always leaves me sad
Cause that time i got you, the dawn was the time to bed
And i never saw the dawn anymore, now i have to crawl
To get up from the bed, and then get off of the ground

I'm not looking for and i couldn't even get a job
Lately i'm too weak and i still got the bucks you gave me
People scream that i'm a slob, but i pretend it's not with me
I just keep my face straight, with my eyes staring at my feet

Sometimes i miss my rock'n'roll records and my friends
But as long as i'll die, they'll take me out of their heads
I'm not saying i was unwanted, it's just something usual
Maybe i never really liked'em but i miss them all

Last week i went to a bar, and there was no one at it.
And i've been thinking how sometimes love's hard to fit
I remembered when i's a child and how beautiful were my hair
And when i discovered that love's something hard to bear

But when the bar closed down, i started my thinkin' again
And going back home i cried a little bit but then
I cleaned my face with memories from my mom and my dad
And for a quick moment i forgot that they are dead

I heard someone saying love's bitter, well, i didn't disagree
But later when i was sleeping i've been waken by a dream
I don't remember well, but i only know it was about you
Then i passed all the day upset till i accept that i love you

But you know life goes on, as it goes on your life
And i'd be lying if i said that someday i'll be back
Cause these words haunt myself, i prefer to ignore the pain
Cause i'll always love you, but i don't want to see you again.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Ôpa, é hora de desencanar rsrs
Têm coisas que acontecem para o seu bem. Não que exista um mal necessário, mas é certo que quando dá dá e quando não dá não dá rsrs

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Take It Or Leave It

The Strokes


Leave me alone
i'm in control
i'm in control
and girls lie too much
and boys act too tough
enough is enough
well, on the minds of other men
i know she was
i said just take it or leave it
and take it or leave it
and take it or leave it
and take it or leave it
oh, just take it or leave it
and take it or leave it
oh, take it
i say
oh, he's gonna let you down
he's gonna let you down
he's gonna let you down
and gonna break your back for a chance
and gonna steal your friends if he can
he's gonna win someday

i fell off the track
now i can't go back
i'm not like that
boys lie too much
girls act too tough
enough is enough
well, on the minds of other girls
i know he was
i said you take it or leave it
and take it or leave it
and take it or leave it
and take it or leave it
oh, just take it or leave it
and take it or leave it
oh, take it

that's right

oh, he's gonna let you down
he's gonna let you down
he's gonna let you down
and gonna break your back for a chance
and gonna steal your friends if he can
he's gonna win someday
oh, he will

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Não se reprima

“Ninguém pode sentir exatamente o que o outro sente”, você disse. É verdade, às vezes fazemos coisas que ninguém mais pode fazer por nós. Aquele papo de esperar a hora certa de agir às vezes dá errado e a oportunidade escapa pelos nossos dedos, na nossa frente, sem que se possa fazer mais nada a não ser lamentar.

Sabe, novo amigo, você não é o único. Identifiquei-me bastante com a sua opinião. Não posso ficar no seu lugar, mas quero que saiba que já passei por isso. Às vezes somos taxados, mas dentro de nós mesmos podemos visualizar melhor o que significa tomar uma atitude como essa. De guardar os seus valores para guardar a si mesmo. Isso é uma das coisas mais preciosas do mundo, acredite. Não se trata de ingenuidade ou fraqueza, ao contrario, é preciso ser bastante homem pra tomar uma atitude como essa.

Não deixe que os outros tirem isso de você. Talvez se arrepender e ficar se martelando só vai te provocar mais insegurança e não é isso o que queremos. Procure guardar essa facilidade de conquistar as pessoas e se envolver com elas. Continue permitindo que a parte boa do mundo delas entre no seu. Sei que há casos em que uma atitude drástica é necessária, afinal de contas somos jovens e um pouco de ação nunca fez mal a ninguém. Às vezes o certo é passar o rolo compressor mesmo. Deixar com que a libido aflore as vezes é o que se pretende das duas partes e sentir o gostinho da carne macia, a transpiração a mil, o suor misturado com cheiro de perfumes agradáveis e a textura da carne nova na sua boca e encostando em várias parte sensíveis de seu corpo é muito bom. Mas às vezes não dá pra continuar assim. Você sente falta, é como a ausência de um braço ou de uma perna. Realmente não dá pra viver com próteses. Você precisa de algo mais concreto e por isso sente necessidade de algo mais consistente. Que faça você se sentir seguro e mais feliz.

É, novo amigo, acredito que você agiu certo. Sei que aquela pulguinha vai ficar te falando “você deveria ter pegado” ou “a outra opção era melhor”, mas você nunca vai ter como saber ao certo como seria se fosse de outro jeito. O importante é não ficar se martelando. Vai ver este realmente era um teste. Você mesmo falou que já rolou um deste há um ano e o negócio deu errado. Este é um bom motivo pra você acreditar na existência destas forças invisíveis. Talvez você não acredite nelas o suficiente, mas o simples fato de saber da existência delas ajuda bastante, pois quando tudo fica parecendo que deu errado você reflete e pensa “a escolha foi só minha, eu fiz o que achava que era certo”.

Acredito que só há um destino para pessoas iguais a você: se dar bem. Vou continuar te apoiando no que você fez e se o motivo desta sua atitude não te corresponder não entre em desespero, pois tudo acaba bem no final, e se não acabar bem é porque não era o final.