sábado, março 24, 2007

I would say I'm Sorry

É, depois de um dia único como todos os dias chegou a hora em que a cabeça se volta para procurar a próxima coisa a fazer. Através da porta do espírito ela contempla uma rua molhada pelas volumosas águas de março e um mormaço tropical que não permite que o frio tome conta da cidade. Agora eu não sei muito bem aonde ir. Será que eu vou pra casa? Talvez eu ligue a Tv e consiga me distrair com alguma coisa legal na programação, já deu certo algumas vezes. Pode ser melhor ficar escutando música, talvez se eu ficasse repetindo aquelas faixas que só falam “que tudo vai dar certo e ficar bem” o turbilhão escoe em forma de lágrimas e desabafos. Mas será que ficar tanto tempo em casa vai ser bom? Não seria me isolar demais? É nestas horas que não dá pra ter certeza sobre a coisa certa a fazer. Por mim eu procuraria agora uma pessoa pra jogar conversa fora, mas não me vem a cabeça uma figura legal que esteja disponível pra isso. É duro admitir que não se deve atirar pérolas aos porcos, pois eles se revoltarão e se virarão contra você. Talvez a culpa seja minha. Eu já tentei fazer isso e não consegui. Deus, livre-me da arrogância! Às vezes me culpo por não sentir culpa. Será que o meu cérebro não produz a substancia responsável por nos fazer sentir culpa? Se for assim, acho que realmente me falta uma função cerebral, mas dizem que quando uma pessoa se pergunta se esta ficando louca é porque ela não está louca, pois um louco nem desconfia verdadeiramente que é louco. Já falei sobre isso em um post meio antigo (Por falar em post antigo lembro que já completei três anos nessa baboseira de contar histórias, será que alguém se importou em ler alguma dessas? Hoje têm até escolinha promissora com direito a café com torradinhas, mas isso é uma outra história rs :*). O fato é que agora não consigo encontrar em minha consciência algo real que me faça dizer “eu fiz errado”. Até porque tudo não parece passar de boatos, os que parecem reais são baseados em propagações irreais, algo parecido com fofoca. Ainda bem que os verdadeiros amigos não se deixam levar pelas mesmas rs. Não acredito que deixei essa mania de perseguição voltar. Mas não há espaço pra se reportar a estas lembranças. Eu só quero alguma coisa boa pra preencher a minha cabeça. Hoje é sábado, mas não vai ter viagem astral porque só quem tem esposa ou mora com uma mulher pode ir. Agora tenho que ficar por aqui neste pequeno espaço limitado. Sei que é manjado dizer, mas aquele papo de encontrar um lugar legal pra ir caberia bem agora, só que é complicado neste plano e espaço geográfico. Acho que vou me distrair com estes jogos onde você precisa apertar vários botões e realizar movimentos complexos, assim o tempo passa mais rápido até o sono chegar. Isso está acontecendo por causa de um pagamento que não sei quanto vai me custar, só sei que estou pagando por acreditar que a recompensa vale a pena, senão não estaria aqui. Sempre procurei estar em um lugar onde fosse possível extrair o maximo. Um lugar onde nada se repita e tudo seja novidade, não importe quantas vezes vá. Às vezes acho que deveria parar pra escutar as coisas que julgo superficial, como modo de vestir e normas de etiqueta. Assim todos me achariam prestativo e humilde. Que pena que eu descobri que é praticamente errado tentar ser sempre agradável. Espero que essa rebeldia tenha se esgotado. Descobri que existem dois tipos de caras nervosos, um deles é o que fica gritando todos os dias com todos e o outro é aquele que nunca se irrita. O problema é que o que se estressa todos os dias esbanja só naquele nível e não se reprime, enquanto o cara que nunca se irrita um dia explode e acaba sacando uma arma e atirando em todo o mundo. Não quero ser nenhum dos dois por isso acho que devo encontrar um equilíbrio e o equilíbrio está no meio. O cansaço é evidente e a decepção com algumas pessoas também. Não existe ódio dentro de mim, só melancolia e uma certa ansiedade. Talvez devesse ser menos ansioso com o que vai me acontecer, o problema é que o "agora" esta ficando muito parecido com outros “agoras”. Dizem que o meu problema é que estou vendo algo a mais e acho que ela tem razão. Acredito plenamente que se todos tivessem a oportunidade de ver o que eu vi pensariam o mesmo. Por isso, ao andar pela rua com a minha velha mochila procurando não olhar para o chão o tempo todo me vejo entre pessoas que jogam o lixo na frente de suas casas, carros que passam jogando lama e jovens da minha idade jogando futebol e armando uma pequena confusão, que por uns cinco minutos atraem a minha atenção. Como eu sinto por não conseguir me divertir correndo em um campo de areia encharcada pela chuva atrás de uma bola. Seria tão mais simples e fácil. Alguns deles nunca ficaram bêbados ou colocaram um cigarro na boca. São os orgulhos de seus pais. Os cidadãos promissores de nossa sociedade. Os que obedecem a todas as regras e cumprem todos os horários, por isso herdarão o sistema. Pura monotonia. Será que desta forma conseguiria pensar melhor no que eu quero pra mim? Apesar de tudo me sinto orgulhoso por me sentir corajoso, acho que não poderia mais continuar como estava. Sinto agora que há sangue correndo pelas minhas veias e ele não é frio e sim bastante quente. É ridículo ser amiguinho de toddos. Aquela figura mórbida está saindo de cena. Sejam bem vindos ao mundo real, sem estímulos cerebrais extraídos de porcarias que nos deixa bobões ao invés de espertos e criativos. Aquela situação estava me deixando cada vez mais doente, só um tolo não perceberia isso. Por isso me dirijo até a casa de uma das poucas pessoas que me restaram nesse bolo todo. Ela me ajudou com bons conselhos e me apoio, mesmo parecendo complicado. Estaria mais inconstante agora se não fosse por ela. Sinto-me agradecido por existirem pessoas assim no meu caminho, por isso lhe dei um cordão de lembrança. Mesmo sabendo que de um cordão e uma medalha são responsáveis por boa parte de tudo isso. Ainda bem que sei que se olharmos ao nosso redor perceberemos que nunca estamos sozinhos, por mais que tentemos pensar no contrário. Só tenho a agradecer por esta compreensão e pelo tesouro contido no baú das respostas verdadeiras. Sinto muito por tudo, mas este é o caminho que escolhi.

sexta-feira, março 16, 2007

Biba Graeff

Semana passada eu encontrei com uma amiga antiga, Biba Graeff. Ela hoje mora na Inglaterra e é uma pessoa com a qual me dava muito bem. Passeávamos algumas vezes e até dizíamos que nos amávamos. Os tempos mudaram, neste encontro deu pra perceber o quanto. Olhando para ela lembrava alguns motivos que a levaram a ir para a Inglaterra e ficar distante de mim. Algumas situações estranhas e que talvez nunca se encontre respostas. Ela também parece meio estranha, afinal de contas as situações que passamos juntos e que a levaram a ir para a Inglaterra não foram muito boas, admito.

De fato ela está mais madura, existem tantas coisas que eu queria falar pra ela, mas eu não posso ou ao menos acho que não. Na verdade eu poderia dar uma explicação mais consistente sobre tudo o que aconteceu, mas o resultado não seria muito bom, pelo menos na época em que aconteceu, tendo em vista o envolvimento e a preocupação em não prejudicar outras pessoas e ela mesma. Fico imaginado que agora que a poeira está mais branda eu poderia dizer pra ela a verdade por mais que todo o tempo que passou não tenha mais volta. O que algumas opiniões e situações levaram um bonito sentimento a se transformar em um amontoado de notícias não muito boas desagradáveis?

Fico pensando nas coisas que deveria dizer. Ela é tão bonita. Lembro que em um de seus dias quando ela não estava pisando no chão ela falou que gostava de mim mais do que todos os outros meninos. Só eu sei o quanto estou pagando por abrir mão de mim mesmo em nome de algumas pessoas. Será que está valendo a pena? O que tenho aprendido é que as vezes você pensa que está fazendo o bem, mas não está e que só quem recebe o bem é beneficiado, daí a frase fazer o bem sem olhar a quem. Talvez a verdade seja a saída tendo em vista que agora tudo mudou, parece não haver mais confiança um no outro. Apenas uma conversa íntima com uma série de restrições, confesso que fico com medo de entrar em certos assuntos. Na verdade não sei bem o que dizer. Será que devo confiar? Ela sabe que não precisa ter medo de mim. Ela é tão bonita, tinha até esquecido o quanto Biba é bonita, inteligente e divertida. Ela me faz muito bem, só que agora fico com receio de rir com ela. Isso realmente é muito triste. Receio de ir longe demais novamente, me machucar e machucar a ela, por isso é complicado pensar em tudo o que aconteceu. Sei que ela poderia me ajudar mais do que de fato está. Assim eu tiraria este peso das costas e voltaríamos com um contato muito mais fortalecido e pé no chão. O problema é que não sei se devo pedir isso a ela e ela talvez não ache que poderá vir da Inglaterra pra passar uns tempos perto de mim novamente.

Não sei se ela ainda tem guardado as coisas que escrevi pra ela em manuscritos, papel impresso e e-mail, mas sei perfeitamente que ela se lembra de tudo isso. De fato ela não é mais uma criança. Acho que não combina mais ser o protetor dela, já que ela parece cuidar muito melhor de si do que eu de mim. Sem dúvida a Biba se tornou uma mulher muito interessante. Constatando isso penso no quanto a minha forma de tratar as pessoas e principalmente as mulheres estava equivocada. Ainda bem que hoje eu tenho a oportunidade de levantar a cabeça e dar a volta por cima de uma forma que só eu poderia fazer por mim mesmo e espero que na próxima vez que ela vier da Inglaterra possamos começar algo novo, desde o início, como quem acaba de se conhecer, assim como as folhas de uma árvore se renovam à cada estação. Eu poderia deixá-la quieta na Inglaterra conhecendo todos os seu amigos ingleses. Seria fácil se ela não fosse Biba Graeff, uma pessoa pela qual ainda tenho um profundo sentimento.