quarta-feira, agosto 15, 2007

Duas filas



Mesmo sendo um pouco distraído ainda encontramos um jeito de visualizar duas filas à frente. Uma é de pessoas muito massa, que de vez em quando encontramos por aí pra falar sobre teorias criacionistas jogando um xadrez ou até mesmo batendo boca por alguma coisa. A outra é de pessoas que por algum motivo se deixaram corromper pela inveja e violência. Acho que são dois estilos de rock ´n roll. Um é daqueles com letras bem trabalhadas e uns arranjos muito firmes e a outra é um punk sem atitude, antiquado e sem graça.

É tipo assim, a gente que ta no movimento sabe que dentro de um processo amplo existem músicas e ouvintes legais ou, digamos, incompatíveis, já que dentro de uma formulação o que prevalece é a argumentação, a livre troca de idéias e a apresentação de resultados.

Uma vez, quando eu ainda era aluno assíduo no meu Curso de Bacharelado e Licenciatura Plena em História, na Universidade Federal do Amapá, me interessei e comprei o livro “Sobre História” do professor Erick Hobsbown, que é considerado o maior historiador vivo. Logo na parte introdutória de um dos artigos (o livro é uma coletânea de artigos) ele fala de toda a sua experiência. Ele toca no assunto de que, mesmo em uma sala de aula, nós sempre encontramos aqueles alunos que são brilhantes, e por isso é dele que gostamos de estar perto, mas o professor Hobsbown continua a história e fala que, na verdade, esse aluno brilhante é o que menos precisa da gente. Quem precisa mais do professor são aqueles alunos que tem dificuldades de aprender e é pra eles que os educadores devem se dedicar para que realmente haja crescimento social.

Esse texto do professor Hobsbown (não precisa dizer que ele é um cara massa rs) me serve de baliza até hoje. Sempre procuro pensar que as pessoas que parecem ter pouco potencial só precisam de uma chance pra agarrar a oportunidade com unhas e dentes e fazer muito mais do que, digamos, os capacitados. Processo de discussão e de construção é assim mesmo. Pode existir um milhão de pessoas aplaudindo, mas sempre vai ter aqueles coleguinhas que vão ficar secando a parada. Isso é muito normal (não posso falar que é saudável). Estou quase chegando à conclusão de que maluco antigo é o tipo de aluno mais reacionário que existe.

Ainda bem que temos uma história. Na hora de mobilizar a galera a gente ia lá e arrebentava. Não importava se fosse aqui ou no Rio Grande do Sul, na rua ou num auditório, com dois ou mais de dez mil estudantes de todo o país. A gente chegava lá e mandava ver. Era um processo muito rico, e isso nos deu muita educação, mas mesmo fazendo tudo isso ainda não era o bastante e sempre rolava um sentimento de falta de reconhecimento, só que isso passava (e passa) bem depressa. Acho que as pessoas politizadas entendem esse processo como parte fundamental para o diálogo e visualiza até o surgimento de uma outra organização como positiva. Sinto pelas pessoas que nunca passaram por uma academia e um movimento de verdade para entender o que significa a troca de idéias e a construção coletiva.

Ainda bem que continuo visualizando duas filas, e na outra estão pessoas que passam muita força. Só de olhar nos olhos de algumas eu entendo tudo e isso nos motiva a continuar encarando preconceitos e quebrando antigos conceitos, tendo em vista que o anzol sempre volta e a verdade sempre aparece. A gente vai continuar avançando e se superando. Quem quiser é só chegar porque aqui estamos muito ocupados pra ficar mantendo rancores e porcarias sentimentais. E é bom se decidir logo se você vai entrar na fila pra me dar um soco ou na outra pra ser meu fã.

sábado, agosto 11, 2007

Blood talkin'

Vanguart

Never sang words so sad
I never carried the world in my head
But the words i used to say
Don't fit anymore on our way
Not even that blood talkin'
You'll find me gone soon
Maybe till the next noon
And your life will be so calm
Without sad pictures on your home
Nothing but happiness
No more mornings filled with smiles
No more sensitive sighs
Cause the way you treated me today
Showed me i'll never see you again
I'm wearing so well this pain.