sexta-feira, março 16, 2007

Biba Graeff

Semana passada eu encontrei com uma amiga antiga, Biba Graeff. Ela hoje mora na Inglaterra e é uma pessoa com a qual me dava muito bem. Passeávamos algumas vezes e até dizíamos que nos amávamos. Os tempos mudaram, neste encontro deu pra perceber o quanto. Olhando para ela lembrava alguns motivos que a levaram a ir para a Inglaterra e ficar distante de mim. Algumas situações estranhas e que talvez nunca se encontre respostas. Ela também parece meio estranha, afinal de contas as situações que passamos juntos e que a levaram a ir para a Inglaterra não foram muito boas, admito.

De fato ela está mais madura, existem tantas coisas que eu queria falar pra ela, mas eu não posso ou ao menos acho que não. Na verdade eu poderia dar uma explicação mais consistente sobre tudo o que aconteceu, mas o resultado não seria muito bom, pelo menos na época em que aconteceu, tendo em vista o envolvimento e a preocupação em não prejudicar outras pessoas e ela mesma. Fico imaginado que agora que a poeira está mais branda eu poderia dizer pra ela a verdade por mais que todo o tempo que passou não tenha mais volta. O que algumas opiniões e situações levaram um bonito sentimento a se transformar em um amontoado de notícias não muito boas desagradáveis?

Fico pensando nas coisas que deveria dizer. Ela é tão bonita. Lembro que em um de seus dias quando ela não estava pisando no chão ela falou que gostava de mim mais do que todos os outros meninos. Só eu sei o quanto estou pagando por abrir mão de mim mesmo em nome de algumas pessoas. Será que está valendo a pena? O que tenho aprendido é que as vezes você pensa que está fazendo o bem, mas não está e que só quem recebe o bem é beneficiado, daí a frase fazer o bem sem olhar a quem. Talvez a verdade seja a saída tendo em vista que agora tudo mudou, parece não haver mais confiança um no outro. Apenas uma conversa íntima com uma série de restrições, confesso que fico com medo de entrar em certos assuntos. Na verdade não sei bem o que dizer. Será que devo confiar? Ela sabe que não precisa ter medo de mim. Ela é tão bonita, tinha até esquecido o quanto Biba é bonita, inteligente e divertida. Ela me faz muito bem, só que agora fico com receio de rir com ela. Isso realmente é muito triste. Receio de ir longe demais novamente, me machucar e machucar a ela, por isso é complicado pensar em tudo o que aconteceu. Sei que ela poderia me ajudar mais do que de fato está. Assim eu tiraria este peso das costas e voltaríamos com um contato muito mais fortalecido e pé no chão. O problema é que não sei se devo pedir isso a ela e ela talvez não ache que poderá vir da Inglaterra pra passar uns tempos perto de mim novamente.

Não sei se ela ainda tem guardado as coisas que escrevi pra ela em manuscritos, papel impresso e e-mail, mas sei perfeitamente que ela se lembra de tudo isso. De fato ela não é mais uma criança. Acho que não combina mais ser o protetor dela, já que ela parece cuidar muito melhor de si do que eu de mim. Sem dúvida a Biba se tornou uma mulher muito interessante. Constatando isso penso no quanto a minha forma de tratar as pessoas e principalmente as mulheres estava equivocada. Ainda bem que hoje eu tenho a oportunidade de levantar a cabeça e dar a volta por cima de uma forma que só eu poderia fazer por mim mesmo e espero que na próxima vez que ela vier da Inglaterra possamos começar algo novo, desde o início, como quem acaba de se conhecer, assim como as folhas de uma árvore se renovam à cada estação. Eu poderia deixá-la quieta na Inglaterra conhecendo todos os seu amigos ingleses. Seria fácil se ela não fosse Biba Graeff, uma pessoa pela qual ainda tenho um profundo sentimento.

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