segunda-feira, julho 30, 2007

Silêncio

Ela chegou lá em casa. Falei pra ela não dormir na rua, mas ela estava tão animada. Acho que a rotina dela passou a ser assim: primeiro ela se decepciona, depois vai passar um tempo com a família, conviver com a mãe, os avós e com todos que estão próximos. Seus amigos de infância. Ela é apenas uma criança. Não chegou aos dezoito anos. Dá pra ver que ela não entende muita coisa da vida e sobre as pessoas. Acho que sua diversão não é muito boa, mas não sei por que ela parece gostar do que faz. Já eram quatro da manhã quando ela bateu na porta. Deixei que entrasse. Ela estava decepcionada novamente. Não falei nada. Ela também não disse nenhuma palavra. Apenas enterrou o rosto no colchão e continuou chorando baixinho pra não atrapalhar meu sono.

segunda-feira, julho 23, 2007

I could be dreaming

Belle & Sebastian
I could be sleeping
I could be dreaming
I could have ordinary people chasing me from town to town
Mission Impossible
They've got a spy for every blink of your eye

I'm feeling hunted
I'm feeling haunted
They've got a knife for every time you take the same train into work
A family's like a loaded gun
You point it in the wrong direction someone's going to get killed

If you had such a dream
Would you get up and do the things you've been dreaming

Is he your husband?
Or just your boyfriend?
Is he the moron who's been beating you and keeping you inside?
I've never done this kind of thing But if I kill him now, who's going to miss him?

I went up to the schoolI took a walk up Castlehill
For every step there is a local boy who wants to be a hero
Do you want to do it now?
Outside the butchers with a knife and a bike chain

quarta-feira, julho 18, 2007

Was that a dream?

Fui a casa dela esta manhã. Estava com uma blusa longa e uma calça toda suja de tinta. Ela a usa para trabalhar. Esperava que fosse abrir a porta sorrindo como sempre, mas dessa vez foi deferente. Estava chorando. Não sabia o que dizer ou o que fazer. Ela tinha uma dor. Pediu pra que eu a tirasse. Parecia o fim de algo que havia começado há tempos. Dezenas de conflitos e memórias. Não sei de onde elas vinham. Ela parece ter uma vida normal: mãe, pai, irmão, cachorro... Havia esquecido que a solidão independe do fato de se estar cercado por pessoas. Ela me prova mais uma vez que não. Faz tanto tempo que eu nem sei mais como é não estar sozinho. Só sei que ela estava chorando. Não conseguia andar direito. Tentei ajudar como pude. Falei algumas coisas engraçadas. Não deu muito certo. Ela não queria esquecer. Fiquei próximo. Fiquei triste também. Senti-me bem ao lado dela. Fez-me lembrar de um sonho. Era o rosto dela que estava lá. Derrepente ela me manda embora. Disse que iria resolver tudo. Tinha que ser naquela hora. Acho que ela desistiu da idéia. Dei tchau. Tudo não passou de um sonho.