segunda-feira, dezembro 01, 2008

I can never forget you


Eu nunca vou esquecer da maneira como a gente se conheceu. Aquele seu jeito pilhado de ficar dançando. Da forma como você imitava uma criança mimada falando. Do jeito como a sua voz mudava quando queria falar alguma coisa séria. Daquela vez que você esteve em minha casa pra fazermos o planejamento de atividades. E daquela outra em que me ajudastes com aquela sua amiga? Confesso que botei fé em ti pra valer a partir desse momento. Você era tão jovem pra sofrer e muito nova pra achar que não deveria mais viver.

Eu quero buscar e encontrar, na minha memória, uma só atitude que me faça acreditar no que você fez. Agora o seu grito ecoa bem alto dentro da gente. É algo que nem dá pra expressar, mas está no nosso olhar e por isso todos estão vendo que algo murchou. Uma flor deixou de existir nos derradeiros minutos do dia 28. Um disparo. Uma vida. Séculos de evolução. O seu sangue jorrou até onde estávamos. O clima ficou pesado. Era a natureza cobrando pagamento pelo derramamento. A noite acabou pra todos.

Eu nunca vou esquecer o olhar das pessoas ao receber a noticia. Uma menina que andava conosco. Uma jovem cheia de idéias como a gente. Que ria, brincava, contava piada e se preocupava com os outros, assim como a gente. Será que eu tive a sensibilidade de te transmitir uma palavra amiga? Eu fui capaz de ser empático com a sua dor? Uma única palavra que tivesse o poder de impedir que você puxasse aquele gatilho. Agora a sua imagem de menina de pouco mais de vinte anos ficara estampada em minhas lembranças. Eu nunca vou saber como seria você daqui a vinte anos. E pensar que poderia ter sido qualquer um de nós... Vejo que mediante de uma atitude como essa só nos resta as opções de transmitir vida, procurar estar mais próximo um do outro e vivermos por longos e felizes anos trazendo no coração a imagem que pros outros pode ser a de mais de uma pessoa sem nome na multidão, mas que pra mim foi uma grande amiga chamada Daniele




Nenhum comentário: