sexta-feira, junho 22, 2007

Malevolosidade

Superguidis
Fale tudo que quiser de mim
Faça de conta que eu sou uma imensa pá de lixo verbal
Um objeto onde você possa despejar
Toda a malevolosidade
Não sei se existe essa palavra
Já procurei no dicionário
Pra tu ver que eu

Não sou um cara ruim
Não sou um cara ruim
Eu sei que não sou um cara ruim
Não sou um cara ruim

segunda-feira, junho 11, 2007

Será que podemos?

Hei galera, vamos lá. Esta é a nossa oportunidade. Vamos jogar tudo pra cima, arrumar um modo de mandar todo mundo tomar no cú sem brigar com ninguém. A gente cria polêmica no início e surgirão os anti-nós, mas depois poderemos olhar para o que fizemos e dizer “era isso o que eu estive fazendo na minha juventude”. Cara, temos tudo em nossas mãos, nós podemos. Quem mais fará no nosso lugar? Aproveitem os conselhos de suas mães, mas cheguem pra elas e digam “daqui pra frente eu vou fazer essa parada, sei que a senhora vai arrancar alguns cabelos da cabeça, mas logo a senhora vai começar a me entender”. Daí a gente vai para aquele lugar pra tirar tudo da cabeça e do papel e socializar com um monte de gente. Seremos mais do que parceiros, também seremos amigos, porque, apesar de sermos exatamente iguais, somos completamente diferente dos outros. Até mesmo a sala de aula com toda aquela discussão sobre “história de alguma coisa” ou “teoria não sei de quê” acabam nos deixando mais enrolados do que já estamos. Será que todos nós fomos feitos pra se adaptar a alguma coisa? Aqueles meninos e meninas-robôs da sua sala que parecem estudar todos os dias e não aprendem nada. Não sabem relacionar a discussão com a realidade. Puta que pariu! Onde estão as novas idéias que se renovam dentro de uma nova geração? Há muito tempo pela frente, só que o momento não pode esperar é muita coisa pra ser feita e as mudanças ocorrem em uma velocidade estonteante.

Se esperarmos mais mataremos a nossa juventude de tédio. Eu não quero isso e sei que ninguém aqui quer. Cara, com tanta coisa pra pensar então por que nós não escolhemos pensar em “o que faremos para nos sustentar?” Se você não tiver uma pensão no Inss vai ter que trabalhar, e, se for o caminho convencional, vocês vão pegar os seus diplominhas universitários ou de uma faculdade perereca, seus pais vão se emocionar e tal, mas e depois? Aonde vamos trampar? Vamos procurar uma empresa que nos force a escrever um texto com Ctrl+C e depois Ctrl+V? Pra tirar fotos para um jornal chato e de direita? Ficaremos olhando um monte de gente ganhando rios de dinheiro com cultura-lixo?É mais fácil assim, né? Digo... Entrar em uma relação onde já existe uma sala pronta, um Club legal, a sujeira do lugar é bem camuflada, o plano de cargos está inteiramente atrelado à política. Ainda por cima existem todos aqueles conselhos de suas mães no sentido de “não importa o trabalho, se te pagarem bem você logo vai gostar dele, então relaxe e goze”. O problema é que rapidamente se torna excessivamente chato. Vocês logo serão humilhados porque seus chefes não aceitarão o fato de vocês serem mais inteligentes que eles e vocês ficarão putos por terem chefes tão burros. Terão que aceitar o fato de serem inferiores, pois, afinal, eles estarão te pagando. Nem seus professores universitários admitem perder uma discussão pra vocês. Daí os seus sacrifícios se tornarão em decepção, porque perceberão que fizeram papel de otários e, por problemas de egos, não foram valorizados. Um dolorido pé-na-bunda é o que restará. O caminho da acomodação é o que todas as cabeças, duras ou não, procuram, mas o problema é que este também é o caminho de aceitar todas as cagadas escrotas que existem hoje no mundo como o papo de “monopólio de conhecimento”, “identidade cultural”, “liberdade de expressão” e um monte de iniciativas importantes que poderiam proporcionar demandas de emprego para muitos coleguinhas de nossa cidade e de todo o país que se formam e não encontram vaga na sua área de conhecimento. Vocês morreriam duas vezes antes de ficarem se vendendo até o final da vida, além disso, vocês olhariam para trás e diriam “puta-que-pariu, tarde demais, aquela história já foi escrita”.

É sim, a gente faz uma coleta na hora do almoço, daí escolhe duas pessoas pra cuidar da louça e mais duas pra cuidar da “casa”. E quando alguém estiver com preguiça pague outro alguém com aquele crédito pra realizar suas tarefas. A gente não vai morrer se lavar algumas roupas ou até mesmo se não tiver grana pra comprar um sapato a cada mês. É verdade que poderemos chorar algumas vezes. Foda-se. Nós não iremos nos arrepender da maior parte. Estaremos ali fazendo algo que ninguém teve o queixo de fazer, trabalhando mentes e corações para a mudança de conceitos. Seremos os nossos chefes. Eu sei que é muito escroto quando a gente discorda de algo, ainda existem muitos pontos que ainda estão se acertando e outros que parecem nunca ter mudado, mas quando a gente resolve fazer alguma coisa juntos geramos uma força tão grande que fico empolgado só de pensar nela. O restante continuará em suas casas esperando que alguém faça alguma coisa, pensando no horário onde poderão sair e encontrar um lugar pra se livrarem de seus impulsos químicos, se curarem de seus excessos de melancolia, falta de criatividade e atitude. Nós teremos muitas coisas pra fazer todos os dias e seremos pagos pra viajar por eles. Enquanto todos estiverem pirando, nós, além disso, estaremos nos alimentando de tudo.